
19º Domingo do Tempo Comum – 08/08/2021
“Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente”.
Jesus parece repetitivo em seu discurso (‘nunca morrerá’ e ‘viverá eternamente’), mas, na verdade, não o é. Alguns pensam que a vida eterna é uma vida que “ganhamos” depois da morte. Não. A vida eterna começou para nós desde que fomos concebidos, porque, de fato, ela já nos foi dada com o sacrifício de Cristo na cruz. Ou seja, temos uma única vida. Se não morrermos fora de Cristo, viveremos para a eternidade.
Para vivermos em Cristo, Ele nos aponta duas coisas que são necessárias: crer e se alimentar do pão vivo descido céu. O ‘crer’ não é somente um ato de inteligência. É um ato de vida. Tal qual o corpo físico, o ‘crer’ precisa ser alimentado diariamente.
Vejamos o profeta Elias, na primeira leitura. Havia acabado de vencer uma batalha contra todos os profetas de Baal. Aparentemente um grande vencedor. Mas disso resultou ser perseguido e teve quer fugir para o deserto. Estava cansado, esgotado e pede que o Senhor lhe tire a vida. Mas ainda tinha uma missão a cumprir. A morte não é, necessariamente, a solução para os nossos problemas. E um anjo aparece e o manda beber e comer o pão que ali foi oferecido por Deus. E ele encontra força para caminhar mais 40 dias e 40 noites e, finalmente, chegar ao Horeb, o monte de Deus.
A vida de Elias é um retrato da nossa vida de cristãos neste mundo. Passamos (ou deveríamos passar) um bom tempo tentando fazer a vontade de Deus, professando a nossa fé, lutando contra o mal que avança neste mundo. E isso nos deixa exaustos, porque as forças contrárias são muito grandes. Mas Deus não nos dá uma missão sem que nos entregue os meios necessários para realizá-la.
E esses meios nós encontraremos na Eucaristia, o pão vivo descido do céu. Esse é o nosso verdadeiro alimento espiritual. É na Eucaristia, presença real de Jesus Cristo, que recobramos as forças, que sustentamos a nossa fé, o nosso crer. É um grande círculo virtuoso: é preciso crer que a Eucaristia é nosso alimento e nos alimentamos para continuar crendo.
Para que a Eucaristia nos alimente de verdade é preciso que comunguemos bem. Se a Eucaristia não está transformando a nossa vida, nós não estamos comungando bem. O alimento está dado. É Cristo que, como diz São Paulo aos Efésios, “nos amou e Se entregou a Si mesmo a Deus por nós, em oblação e sacrifício de suave odor”.
Então, aproveitemos esse alimento. Não joguemos fora a promessa de que “Quem comer deste pão viverá eternamente”. Busquemos a Eucaristia, com fé, com amor, com desejo, mas, antes de tudo, preparados espiritualmente para recebê-la.
Que o santo de devoção de cada um vos inspire, com seu exemplo de vida, a começar a vida eterna já aqui neste mundo. É possível isso? Com nossas próprias forças, não. Mas, com a graça de Deus, poderemos afirmar como São Paulo aos Filipenses: “tudo posso naquele que me fortalece”.
Ó Deus, acolhei com misericórdia os dons que concedestes à Vossa Igreja e que ela agora Vos oferece. Transformai-os por Vosso poder em sacramento de salvação. (Oração sobre as Oferendas)
Leituras do dia:
1ª Leitura (1Rs 19,4-8)
Do Salmo 33/34
2ª Leitura (Ef 4,30-5,2)
Evangelho (Jo 6,41-51)
P.S. Estes textos são construídos a partir da liturgia do domingo. Assim, se você ainda não leu ou não lembra o conteúdo, principalmente do Evangelho do dia, sugiro uma leitura preliminar desse.
