
15º Domingo do Tempo Comum – 11/07/2021
O Evangelho deste Domingo é um convite para que assumamos o papel dos discípulos e continuemos a obra de evangelização. Isso não é missão exclusiva do clero.
Uma das explicações (há diversas outras) para o envio de duas pessoas está no fato de que eram necessárias duas ou três pessoas para que um testemunho fosse válido. Lembremos que Jesus não pediu para escrever nada. Assim, todo testemunho era oral. Hoje, felizmente, temos a Palavra de Deus, a Bíblia, que nos ajuda a dar esse testemunho.
E por que não o fazemos? Quero citar apenas dois motivos: por medo e por falta de amor a Deus. O medo é um instinto natural que nos ajuda no ato de preservação da vida. Assim, é natural que tenhamos medo em muitos momentos. É o medo de passar fome, de não ter o que vestir, de não ter um emprego, de não sermos donos da própria vida, da doença, da rejeição e o medo da morte. Jesus, ao recomendar aos discípulos, no Evangelho, que “não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado”, está nos pedindo que procuremos vencer esses medos que são, basicamente, ligados à nossa busca por segurança e poder.
De fato, é difícil vencer esses medos e se entregar nas mãos de Deus. Mas há um outro medo, um “medo positivo”, chamemos assim, que nos move contra todos esses medos. Um medo que vem da alma, não do corpo. O Salmo nos ajuda a descobrir qual é: “Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anunciar. Está perto a salvação dos que O temem, e a glória habitará em nossa terra”.
Sim, meus amigos, o Senhor nos fala de diversas formas e nos concede o Temor de Deus (um dos sete dons do Espírito Santo). Temer a Deus não é ter medo de Deus, mas exatamente o contrário, é o medo de viver sem Deus.
É esse medo de viver sem Deus que é capaz de remover ou, pelo menos, minimizar, todos os medos que possuímos quando somos chamados a testemunhar Jesus Cristo. É com ele que Amós, na Primeiro Leitura pode dizer: “Não sou profeta nem sou filho de profeta; sou pastor de gado e cultivo sicômoros. O Senhor chamou-me, quando eu tangia o rebanho, e o Senhor me disse: ‘Vai profetizar para Israel, meu povo.” (Amós não era profeta “profissional”, habitava em Judá – Reino do Sul – e foi enviado para pregar em Israel – Reino do Norte)
O profeta é aquele que anuncia, não o que ele pensa, mas o que Deus manda anunciar. Isso podemos e devemos fazer no nosso dia a dia. Não é preciso ir muito longe para profetizar. O nosso Israel pode estar na família, na escola, no trabalho.
São Paulo, na Carta aos Efésios, vai nos mostrar como crescer no Temor de Deus, que gratuitamente recebemos no Batismo e que confirmamos na Crisma: “Em Cristo, Ele nos escolheu, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor”.
Quanto mais amamos, mais medo temos de perder aquilo que amamos. Não é? Quanto mais amarmos esse Deus, que tanto nos ama, a ponto de entregar Seu Filho único para morrer na cruz por nós, mais cresceremos no melhor medo do mundo: o medo de não estar em Deus na vida eterna.
Que a Virgem Santíssima, que tanto amou seu Filho Jesus, nos ajude a crescer nesse amor!
Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão, e abraçar tudo que é digno desse nome (Oração do dia)
Leituras:
1ª Leitura (Am 7,12-15)
Do Salmo 84/85
2ª Leitura (Ef 1,3-10)
Evangelho (Mc 6,7-13)
P.S. Estes textos são construídos a partir da liturgia do domingo. Assim, se você ainda não leu ou não lembra o conteúdo das leituras, principalmente do Evangelho do dia, sugiro uma leitura preliminar desse.
Adorei a forma que aborda o tema, me ajuda a entender melhor os ensinamentos.
Obrigada !
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